Por Socialismo Criativo
Em um dos discursos mais emocionados de toda a pré-campanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), empolgou a multidão durante o ato do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil na noite desta terça-feira (12), em Brasília.
Ao lado do ex-governador, Geraldo Alckmin (PSB), o petista estava visivelmente emocionado e fez um discurso enfático contra a violência política ao mencionar o assassinato do guarda municipal, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).
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“O PT polariza eleições desde 1994 e nunca usamos de violência, o que ocorre agora não é polarização. É fascismo. E acho que agora o povo brasileiro começa a perceber o que está em jogo nestas eleições. Ele [Bolsonaro] é uma pessoa do mal, sem compaixão”, disse Lula.
O petista lamentou a morte de Arruda e reforçou sobre a importância de derrotar o bolsonarismo e criar estratégias para enfrentar a violência política sem aceitar provocações e garantir a segurança da militância durante as eleições.
“Esse cidadão não tem massa encefálica boa na cabeça. Eu já disputei várias eleições e já perdi muitas eleições e nunca cultuei inimigos”, reiterou.
Ele enfatizou estar em uma fase mais amadurecida e ter consciência de que o Brasil vive agora uma profunda crise econômica e social que não será fácil de ser enfrentada. “O Brasil que vamos pegar agora não é o Brasil que recebemos do governo Fernando Henrique. Temos crises muito mais profundas agora.”
“Quando eu assumi a presidência em 2003 no meu primeiro discurso eu disse que se toda mulher, todo homem e toda criança pudessem ter três refeições por dia eu já teria cumprido minha missão. Naquele momento era isso, mas agora estou mais maduro e consciente das dificuldades”, disse.
Disse que agora quer mais para o Brasil. “Quero voltar a ser presidente da República e não quero só que as pessoas tomem café, almocem e jantem. Quero que todo brasileiro tenha direito a estudar em universidade pública, de ir ao teatro, ao cinema. Que todo mundo possa viajar de avião”, disse emocionado.
O tom emocionado do discurso ganhou maior ênfase quando falou sobre a volta da fome
no Brasil e de quando saiu de Pernambuco para São Paulo com a mãe, Dona Lindu, para fugir da pobreza.
“É muito triste pensar que 70 anos depois que a Dona Lindu colocou os oito filhos em um pau de arara para fugir da fome, a fome tenha voltado a atingir famílias brasileiras. Nós acabamos com a fome e eles trouxeram de volta”, lamentou.
Lula disse, ainda, que além de combater a fome, o desemprego e a falta de acesso a saúde e educação, irá priorizar também o setor cultural e a agricultura familiar.
Voltou a falar sobre o ressurgimento do Ministério da Cultura e do financiamento para pequenos e micro empresários. Além do crédito rural e da volta de programas de moradia.
“Vamos melhorar a vida do pobre, porque não queremos ser pobre. Nós queremos ser classe média. Queremos nossos filhos na universidade, queremos ir a um restaurante, queremos computador, televisão, internet. Nós não somos gado e sabemos que Bolsonaro não está desconfiado as urnas eletrônicas, ele está desconfiado é que o povo brasileiro não é bobo e não vai votar nele”, finalizou.
“Eles não vão nos aterrorizar”, diz Alckmin
O pré-candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), também enfatizou a questão da violência política e reforçou a importância de resistir às investidas violentas do bolsonarismo.
“Quando uma pessoa invade uma festa de aniversário para matar outra, a gente tem certeza que o Brasil precisa mudar. Não somos o país da paz e sim do ódio. E quero lembrar que o slogan do presidente Lula é coragem e esperança. A esperança de mudar o Brasil.”
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