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Jaqueline Nunes

Entrevista: Allysson Prata, secretário-distrital do LGBT Socialista




Nesta semana, o Partido Socialista Brasileiro do Distrito Federal (PSB-DF) o inicia uma série de entrevistas com seus secretários dos segmentos organizados. Eles são os militantes que hoje comandam os movimentos de mulheres, juventude, negritude, LGBT, sindical e movimentos populares trazendo para o partido ainda mais conhecimento e legitimidade.


Para iniciar a série, e marcar o início do mês do Orgulho LGBT, Allysson Prata, secretário-distrital do LGBT Socialista, conta um pouco da sua trajetória e dos caminhos que o trouxeram ao PSB além, é claro, de falar um pouco sobre política.


Aos 29 anos, Allysson já possui uma longa lista de realizações. Ainda no Ensino Médio em 2015, ele resolveu atuar para que a escola em que estudava na Ceilândia fosse reconstruída. Segundo ele, todo o sistema elétrico do local estava comprometido: “A escola, literalmente, estava dando choque.” E foi nesse momento em que ele conheceu a então deputada Luzia de Paula. Com ela, Allysson chegou ao Executivo do DF e conseguiu a urgente reforma na unidade escolar. A partir daí, já conhecendo melhor os caminhos da administração pública, ele buscou outras realizações, como a construção do estacionamento da Igreja Nossa Senhora da Paz, também em Ceilândia.


PSB-DF: Quando e como você chegou ao Partido Socialista Brasileiro?

Allysson: Me filiei em 2017, a convite da deputada Luzia de Paula que estava entrando no partido.


PSB-DF: - Sobre a gestão PSB no governo de Brasília com a eleição de Rodrigo Rollemberg, quais avanços/medidas relativas aos movimentos LGBT's você destacaria?

Allysson: O governador Rollemberg teve um papel muito importante na construção de políticas públicas para o movimento LGBT. Pautas que há 20 anos eram discutidas aqui, como a regulamentação da Lei nº 2615/2000 - de autoria do Rollemberg quando ele era deputado distrital; a criação do Conselho Distrital de Políticas LGBT’s e a criação da Decrin, delegacia especializada em crimes de lgbtfobia. Também tivemos duas portarias importantes: a que instituiu o nome social em todas as secretarias de governo e a portaria de políticas para a população LGBT, políticas culturais. E cito também o laboratório Trans, outra pauta discutida há muito tempo aqui que não andava.


É, comprovadamente, o governo que mais avançou no que diz respeito a políticas de estado para a população LGBT. Conseguimos, praticamente, zerar uma demanda que vinha do movimento social por quase 20 anos. Foram muitos avanços e o PSB mostrou sua identidade, assumiu e cumpriu o compromisso com os lgbts do DF.


PSB-DF: E quais ainda são os principais desafios para a população LGBT do Distrito Federal?

Allysson: O principal desafio ainda é o combate à lgbtfobia. Infelizmente, a violência e os crimes contra lgbt’s ainda são frequentes aqui na capital. Por isso temos lutado 24h para que essa população seja respeitada, ocupe os espaços públicos, tenha cada vez mais representatividade e ocupe os espaços públicos.


Também não podemos deixar de falar da covid-19, que trouxe novos desafios para todos e, para um grupo que já é comumente marginalizado, o desemprego e as dificuldades impostas pela pandemia foram ainda mais cruéis.


Por isso seguimos buscando por mais respeito e mais cidadania.


PSB-DF: - Pensa em se candidatar? Ou observa no segmento alguma potencial candidatura já se construindo?

Allysson: Eu estou à disposição do partido. O que for melhor para formarmos uma nominata forte, para ocuparmos os espaços e levarmos os princípios socialistas para melhorar a sociedade eu estou aqui. Na secretaria LGBT temos grandes potenciais, diversas pessoas que têm trabalho pela população LGBT do Distrito Federal, pessoas que na gestão Rollemberg doaram seu trabalho, seu tempo, e ajudaram a construir todas essas políticas públicas que eu citei. Então essas pessoas estão à disposição do partido para possíveis candidaturas sim, assim como eu, para fortalecer o PSB e as nossas pautas.


PSB-DF: Atualmente, o PSB trabalha na sua "Autorreforma". Quais as mudanças que você acredita que virão com a implementação do novo programa?

Allysson: Nós temos discutido a Autorreforma com os demais segmentos, e com o LGBT Socialista também a nível nacional. Esse movimento é muito importante e por meio dele e da implementação do projeto de nação que ele traz nós conseguiremos avanços para todos. Avanços políticos, econômicos e principalmente, sociais.


Nós acreditamos que somente por meio da Autorreforma, da renovação do nosso manifesto e da concretização do Socialismo Criativo, nós teremos condições equânimes de ocupar os espaços, exercer nossa fala, dividir a luta e levantar, com todos, a bandeira LGBT.


PSB-DF: Qual mensagem, convite, pensamento, gostaria de deixar para as pessoas que estão querendo participar mais ativamente na política partidária por mais direitos, igualdade e respeito para os LGBT's?

Allysson: A minha mensagem é que somente através da política nós conseguiremos mudar a realidade do nosso país, e conseguiremos fazer com que a população LGBT tenha seus direitos garantidos e assegurados. Por isso fica meu convite: você, LGBT, que não tem ocupado os espaços políticos, que venha para o partido, que assuma seu compromisso com a luta por meio da política partidária, porque a política é o único caminho de transformação da nossa sociedade. E quando eu digo isso é porque é por meio da política que conseguimos elaborar e modificar leis, criar novas legislações e lutar pela melhoria da nossa realidade.


Então você que é LGBT novo ou idoso, ainda há tempo de vir contribuir com o Brasil e o Distrito Federal. A Secretaria LGBT do PSB do DF, e de todo o país, está de portas abertas! Quem tiver proximidade com outro partido de esquerda, vá também, ocupem esses espaços e vamos formar um belo arco-íris dentro da política, assim como colorimos as ruas do nosso país e do nosso Distrito Federal nas nossas paradas do Orgulho LGBT, os partidos políticos do Brasil também precisam ser ocupados, eles precisam ser um espaço de fala, de diálogo, de construção do movimento LGBT com toda a sociedade brasileira.


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