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CPI da Pandemia: Ernesto, Pazuello e ‘Capitã Cloroquina’ depõem esta semana


O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello depõe esta semana. Foto: Fotos Públicas

Por Mariane Del Rei, Socialismo Criativo


A semana no Congresso será marcada pelos novos interrogatórios da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Nesta terça-feira (18), falará o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo; na quarta (19), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; e na quinta (20), a secretária de Gestão de Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, a “Capitã Cloroquina”.


Ex-chanceler será questionado sobre relações com a China


O ex-chanceler deve ser duramente questionado e criticado por senadores na CPI. Araújo não conta com a simpatia nem dos governistas, mas não deve ser exageradamente alvejado para não respingar no Palácio do Planalto.



Ao longo da pandemia, Ernesto fez críticas à China enquanto o Brasil dependia de um bom relacionamento com o país asiático para a chegada de insumos e vacinas. Na avaliação de grande parte dos senadores, o ex-titular do Itamaraty não acionou a pasta como exigia a gravidade da crise sanitária e se furtou de para pedir ajuda a outros países. A diplomacia sob sua gestão, como um todo, foi severamente contestada, até dentro do Ministério das Relações Exteriores.


Mesmo após alertas sobre os riscos do uso de cloroquina como “tratamento precoce” para a Covid-19, Araújo mobilizou o corpo diplomático para garantir o fornecimento do medicamento sem eficácia comprovada ao Brasil.


Outro fato criticado por políticos foi a viagem do ex-chanceler e comitiva a Israel para conhecer detalhes de uma vacina em teste e de spray nasal contra a Covid-19. A visita foi estimada em ao menos R$ 400 mi e não resultou em nenhum acordo.


Pazuello poderá ficar em silêncio na CPI da Pandemia


Na sexta (14), Pazuello conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecer em silêncio, isto é, de não responder a perguntas que possam, de alguma forma, incriminá-lo. O ex-ministro está proibido, porém, de mentir sobre todos os demais questionamentos.


A decisão do ministro Ricardo Lewandowski foi em resposta a um habeas corpus pedido pela Advocacia-Geral da União (AGU). O Planalto busca proteger Pazuello por entender que sua eventual fala à CPI pode revelar elementos que levem à incriminação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de outros integrantes do governo por supostos erros no enfrentamento à pandemia.


Segundo o Uol, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), também membro da CPI, disse que a comissão deve proceder com o depoimento ressaltando os pontos que Pazuello “tem tanta necessidade de esconder” e buscar esclarecê-los por outras vias, como a quebra de sigilos.


Ainda que tenha o direito de não responder a todas as perguntas, Pazuello deverá ser duramente questionado por supostas omissões na compra de vacinas, pela distribuição de cloroquina — apesar de estudos não comprovarem a eficácia do remédio para o tratamento da covid-19 — e pela crise aguda no Amazonas no início deste ano, em que faltou até oxigênio hospitalar para pacientes internados, por exemplo.

Depoimento adiado na CPI da Pandemia

Pazuello foi o ministro da Saúde que mais tempo ficou no cargo no governo Bolsonaro —cerca de dez meses— e é visto por senadores independentes e oposicionistas como o mais subserviente ao presidente da República, com discurso de tom negacionista.


Originalmente, seu depoimento estava previsto para 5 de maio. No entanto, a fala foi adiada após ele alegar ter tido contato com pessoas com covid. Os senadores preferiram não realizar um depoimento virtual e remarcaram a fala para a próxima quarta —quando a quarentena de Pazuello terá completado 14 dias.


Porém, no último dia 6, Pazuello recebeu pessoalmente o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, em Brasília. O ministro foi escalado como um dos principais articuladores para programar a estratégia de defesa do governo na Comissão Parlamentar de Inquérito.


O Exército também teme que Pazuello manche a imagem dos militares, especialmente por ainda ser da ativa. Há inclusive uma expectativa quanto à roupa de Pazuello na CPI: se utilizará farda, para tentar passar uma imagem de força como general, ou terno comum, para responder por suas atitudes ao menos “vestido como civil”.


Capitã Cloroquina’ também pediu para ficar calada


A secretária de Gestão de Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, mais conhecida como “capitã cloroquina”, seguiu os passos do ex-chefe Pazuello e pediu ao STF o direito de ficar calada. Ela será questionada sobre relatório recomendando “tratamento precoce” contra a covid em Manaus dias antes de faltar oxigênio nos hospitais.


Quando o sistema de saúde do Amazonas estava prestes a entrar em colapso, Mayra visitou o estado em comitiva e pressionou pelo uso de medicamentos de eficácia não comprovada contra o coronavírus.


Com informações do Uol, Folha de S. Paulo e Poder 360

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