Neste ano, nas 12 cidades da Região Metropolitana do Entorno, mais da metade dos candidatos a vereadores se identificam como pretos ou pardos. Especificamente, dos 2.570 candidatos analisados, 1.483 se declaram pardos e 385 se identificam como pretos. Essa análise foi realizada pelo Jornal Opção Entorno com base nos dados do Portal de Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cobrindo as cidades de Águas Lindas, Cidade Ocidental, Cocalzinho, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.
Luziânia se destaca com o maior número de candidatos negros, totalizando 235, enquanto Cocalzinho apresenta o menor número, com 81 candidatos. Novo Gama é notável por ter a maior quantidade de candidatos pretos, com 56 registros.
Em Cristalina, a situação reflete um problema mais amplo de discriminação. Cacilda Barbosa de Brito, servidora da Câmara Municipal de Cristalina, foi acusada de proferir termos pejorativos, como “cabelo ruim” e “macumbeirinho”, insinuando racismo e intolerância religiosa. Segundo relatos de uma das vítimas em um Boletim de Ocorrência registrado pela manhã, essas atitudes foram motivadas por razões políticas.
No contexto da discriminação racial e dos ataques pessoais, Neném da Civil, do Partido Progressistas (PP), é um dos 32 candidatos pretos em Santo Antônio do Descoberto. Em busca da reeleição, ele destaca: “Atualmente, sou o único vereador preto em uma Câmara composta por 15 vereadores. Fui criado pela minha mãe, estudei em escolas públicas, tenho TDAH e sou o único vereador com quatro cursos superiores: Direito, Psicologia, Contabilidade e Gestão Pública" Candidatos negros são maioria no cenário do entorno, mas seguem tendo que enfrentar as discriminações raciais.
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