Esse título é um pouco triste, podemos dizer até agressivo. Mas, a verdade é que, nos 63 anos de Brasília é nítido que os dias não são tão felizes para as mulheres enquanto grupo social, pelo menos não tanto quanto para os homens.
Nesses anos colecionamos histórias de candangas invisibilizadas e um parquinho batizado com o nome de uma menina que foi violentada e assassinada. E, para quem acha que essas histórias estão no passado, atualmente podemos adicionar na nossa lista o crescimento do número de feminicídio nos últimos anos, a baixa representatividade feminina na Câmara Legislativa do Distrito Federal e, recentemente, uma lei de licença menstrual vetada pelo Governador Ibaneis.
A visão de capital moderna, centro do poder público, que nos dava a esperança de que o DF seria um lugar mais futurista, democrático e justo, era apenas ilusão. Não somos um exemplo para o resto do país, somos apenas um espelho que reflete a violência, a desigualdade e o descaso com a vida da mulher brasileira, às vezes em maior, às vezes em menor escala.
É lógico que não temos só o que reclamar. Por vezes, a vida das mulheres é boa por aqui, mas não graças a uma decisão espontânea dos políticos no poder. Quando vemos beleza na vida das mulheres no DF é porque elas se reuniram em seus trabalhos sociais, nos seus projetos políticos ou no serviço público e relutam contra as decisões políticas e culturais de limitar nosso papel na sociedade.
É dessa forma que encontramos brechas para invadir o sistema, nos posicionarmos, pressionarmos e termos os tão merecidos direitos e representações. Assim, encontramos a felicidade na representação política de mulheres como a deputada distrital Dayse Amarilio como procuradora da mulher na CLDF, na entrega da Casa da Mulher Brasileira, efetivada pelo governo Rollemberg, e na reestruturação do Ministério das Mulheres no governo Lula.
Seguimos mais um dia internacional das mulheres nesse balanço, de um lado, um sistema social, político e econômico que inferioriza as mulheres. Do outro lado, mulheres, que por vezes estão cansadas de batalhar, mas seguem, consciente ou inconscientemente unidas, buscando por igualdade e felicidade.
Por Thaynara Melo
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