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Jaqueline Nunes

Apesar de orçamento crescer 150%, Assistência Social de Ibaneis acumula fila de 185 mil famílias


Moradores do DF dormem no relento em frente ao CRAS de Ceilândia na tentativa de garantir atendimento. Imagem: Reprodução/TV Globo

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Desde que o governador Ibaneis Rocha nomeou sua esposa, Mayara Noronha, para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Social o orçamento da pasta aumentou muito. Porém, isso não parece ter sido suficiente para evitar a longa espera nos centros de assistência social da cidade. Brasilienses são obrigados a esperar mais de um ano para conseguir atendimento. Na última semana, a TV Globo gravou imagens de pessoas dormindo no frio em frente aos equipamentos públicos, muitas com crianças, na esperança de conseguir ajuda do governo.


O serviço de atendimento por telefone da secretaria não funciona. Segundo uma das entrevistadas pela emissora, ela fez um"pré-agendamento" há um ano por meio do telefone 156 e até o momento aguarda ser chamada.


Orçamento galopante


De acordo com o levantamento realizado pela reportagem, no primeiro ano do governo de Ibaneis Rocha foram investidos cerca de R$ 250 milhões na assistência social do DF. No ano seguinte, quando o governador nomeou sua mulher secretária, os gastos passaram para R$ 517 milhões e, em 2021, foi autorizada a quantia de R$ 717 milhões. No total, o orçamento da pasta aumentou 148% desde que a primeira-dama se tornou secretária.


Porém, todo esse dinheiro não está ajudando aos que mais precisam. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Distrito Federal foi a unidade da federação em que a pobreza mais cresceu durante a pandemia. Segundo especialistas, aumentar o orçamento sem a devida gestão não resolve o problema.


"Quando os gastos aumentam e isso não representa uma melhora na qualidade de atendimento, principalmente para aqueles que mais precisam, isso faz parecer, para dizer o mínimo, que há falta de prioridade daqueles que têm o poder de decisão na hora de usar o dinheiro dos contribuintes", afirmou Lúcio Big, diretor do Observatório Político e Socioambiental

Três anos de descaso


Um levantamento realizado pela comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), apontou que o número de pessoas na fila de espera para atendimento nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) aumentou 278%. Isso significa que o governo Ibaneis possui uma lista de mais de 185 mil famílias que precisam passar a noite no relento para tentar serem recebidas em uma das unidades da assistência.

Má gestão ou culpa da pandemia?

Em coletiva de imprensa, a esposa do governador e secretária, Mayara Noronha, culpou a pandemia pelo atraso nos atendimentos aos que mais necessitam do apoio do governo no DF.


Má gestão


O presidente do PSB-DF e mestrando em Direitos Humanos, Rodrigo Dias, comentou o levantamento feito pela CLDF e lamentou que o atual governo de Brasília tenha abandonado a população mais carente da cidade. Ele destacou que o governo poderia ter melhorado as condições de trabalho das equipes da secretaria e utilizado meios tecnológicos para realizar o atendimento das famílias, o que garantiria uma maior fluidez nos atendimentos. "O governo Ibaneis demorou muito para tomar medidas para garantir uma renda mínima às pessoas mais pobres. Foram divulgadas muitas ações, porém, está comprovado que, na prática, a política implementada foi muito pouco efetiva", lamentou. Segundo ele, se não fossem os esforços dos servidores, somado às ações de coletivos que arrecadaram e distribuíram produtos de higiene e alimentos, a situação das pessoas em situação de insegurança alimentar seria ainda pior.



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